Fazia quatro meses que eu não sabia o que estar livre.
Fazia quatro meses que eu estava internado num hospital psiquiátrico.
Todo o mundo; minha ex-mulher, meus pais, meus irmãos, cismaram
[que eu estava louco.
Cismaram que eu estava louco porque abandonei o trabalho e
[mandei a mulher embora.
[Ditadores da razão; outorgantes do cabresto - fantoches escrotos]
Abandonei o trabalho porque era um trabalho de merda, e eu queria viver.
Mandei a mulher embora porque era uma chata, fútil, consumista, e eu queria viver.
Abandonei o trabalho; mandei a mulher embora; mandei tudo à puta que pariu porque
[eu queria viver é descobrir amores; vida.
Descobri um primeiro amor no rolar morro abaixo de um estar na vida para mim - o sangue
[é meu; as narinas que puxam o ar são
[minhas; é o meu cérebro que me dita
[os passos que quero ou não dar.
[...]
Eu amava Florbela;
Com Florbela eu bebia, fumava, fodia;
Não tinha hora;
Não tinha dia;
Tinha o que queria: Vivia.
(...)
ANDREAS NORA
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